Regiões Norte e Nordeste ainda enfrentam “desertos médicos” 📸 © Myke Sena/MS

Por Gésio Passos e Joana Lima, da Agência Brasil

Apesar do crescimento do número de médicos nos últimos anos, o Brasil ainda convive com áreas de “desertos médicos”, principalmente no Norte e Nordeste do país.

A maior parte desses profissionais está concentrada no Sul, Sudeste e no Distrito Federal, localidades com maior concentração de renda.

Segundo pesquisa do Conselho Federal de Medicina, o CFM, o número de médicos proporcionais em Brasília é 4,5 vezes maior que no Pará, estado com menor número por habitantes.

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Para o Conselheiro do CFM, o médico Donizetti Dimer, é necessária uma política para fixação dos médicos no interior do país.

“Se nós permitirmos que a medicina obedeça a uma lógica de mercado, atendendo as riquezas regionais, nós vamos promover a desigualdade. Dessa forma, é necessário que o estado brasileiro propicie, através de uma rede de assistência, um papel de fixação de médicos e outros profissionais de saúde nesses locais de mais difícil atração. É fundamental isso para que você tenha um bom sistema de saúde que cumpra a sua finalidade”, avalia.                  

A disparidade é ainda maior entre as capitais e o interior dos estados. Quase 60% dos médicos estão em municípios com mais de 500 mil habitantes. Em cidades com até cinco mil habitantes, o número proporcional de médicos é de quase 0,5 profissional para cada mil pessoas.

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O diretor de apoio a gestão da atenção primária do Ministério da Saúde, Wellington Carvalho, afirma que o governo federal vem enfrentando essa situação com ampliação do programa Mais Médicos.

“Desde a retomada do programa Mais Médicos, nós contratamos cerca de 17 mil profissionais. Eles se somam aos profissionais que já estavam em atividade e hoje nós temos 25 mil profissionais em atuação nos programas de provimento do Ministério da Saúde. Isso é um reforço de mais de 85%. Eles compõem equipes de Saúde da Família, que atendem nas Unidades Básicas de Saúde, nos locais de maior vulnerabilidade, nos locais mais remotos”, enumera.

No total, em janeiro de 2024 o país registrou quase 576 mil médicos, o que daria 2,8 médicos por mil habitantes em média. Em 1990, essa densidade era de 0,9 médico para cada mil pessoas.

Outro dado interessante é que a cada três profissionais médicos que ingressam na profissão, dois são mulheres. As médicas hoje são quase metade de toda classe.

O número de médicos no Brasil se aproxima ao de países como Estados Unidos e Canadá, mas está abaixo dos europeus e de alguns latino-americanos, como, por exemplo, a Argentina e o Chile.

|📸 © Ascom-PMA

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