O fim do pagamento do auxílio emergencial já afetou as vendas de supermercados e lojas de material de construção em janeiro e influenciou um saque recorde de recursos da caderneta de poupança. Iniciado em abril, o benefício destinado a trabalhadores informais e desempregados para aliviar os efeitos da pandemia na renda injetou mais de R$ 290 bilhões na economia.

No mês passado, os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 18,2 bilhões. Janeiro costuma ser um mês de resgates na poupança, para pagar as despesas de início do ano como IPVA e IPTU.

Mas este ano a perda foi recorde, a maior já registrada desde 1995, quando teve início a série histórica, como reflexo do fim do auxílio.

— Devemos ter um trimestre fraco, até mesmo com queda nas vendas. Além da falta do auxílio, temos um cenário de inflação alta, regressão na reabertura do comércio em algumas cidades e um alto número de desempregados — diz o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes.

Ele acrescenta que o cancelamento do carnaval deve agravar o cenário:

— O carnaval do ano passado movimentou cerca de R$ 8 bilhões. Este ano, teremos um pequeno movimento de turismo nacional, mas não teremos turistas estrangeiros vindo para cá, nem brasileiros indo para fora e gastando em agências de viagem. Vamos notar um menor consumo de bebidas e outros produtos vendidos nesta época, além de redução no comércio de fantasias.

Impacto na indústria

Os supermercados tentam driblar o freio nas vendas em negociações com fornecedores. Mas também a indústria já sente o impacto. Ao divulgar seu balanço anual de 2020, a Unilever, multinacional de higiene, limpeza e alimentos, informou na quinta-feira que seu resultado foi afetado no quarto trimestre pela queda do auxílio.

? Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Exatas News via Agência O Globo

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