Jovem ouvindo música – ?© Foto: Reprodução/Altenburg

A busca na internet por “drogas sonoras” ou “drogas digitais” tem aumentado entre os jovens, preocupado famílias e chamado a atenção de médicos.

De acordo com um adolescente, em vídeos na rede social TikTok, para ficar “loucão” basta ouvir um tipo de som em uma plataforma chamada i-doser para obter um efeito mental parecido ao de um alucinógeno.

As drogas sonoras são músicas com frequência e intensidade variadas, vendidas online, em sites ou aplicativos, e também disponíveis de graça no YouTube. Esses sons são elaborados com base em uma técnica conhecida como binaural beats (batidas binaurais), descoberta no final do século 19 e que ganhou impulso com as redes sociais.

Mensagens na internet relacionam essas plataformas de som a efeitos alucinógenos e até a overdose — o que é falso. Ainda faltam evidências científicas para descrever consequências do consumo desses sons no organismo. Não é possível dizer que um adolescente que já ouviu esses áudios tenha sofrido algum dano cerebral. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendou cuidado, no entanto, pelos riscos ao aparelho auditivo.

Adeptos das batidas binaurais dizem ouvir os sons para relaxar, trabalhar melhor ou ter experiências sensoriais novas. As batidas oferecem sons de frequências diferentes para cada ouvido — o que torna a experiência diversa da de ouvir uma música comum. Na i-doser, os nomes de alguns desses áudios fazem referência ao de drogas já conhecidas, como a maconha. Uma “dose” do aplicativo custa menos de R$ 7.

Especialistas destacam que áudios – mesmo esses de frequências variadas — não são capazes de viciar como as drogas. O que pode ocorrer, no entanto, é um efeito placebo.

De acordo com Thiago Taya, neurologista e neuroimunologista do Hospital Brasília, da rede Dasa, “Cria uma experiência sensorial auditiva incomum que faz com que uma pessoa sugestionada acredite que é o efeito de uma droga, psicodélico. Mas está longe disso”.

Segundo especialistas, a nova moda ressalta a necessidade de que as famílias acompanhem a vida digital dos filhos e o uso que fazem dos eletrônicos.

“É importante que os pais tenham calma para entender que não é tudo o que dizem por aí. E que os filhos sejam instruídos e façam uso com bom senso de qualquer experiência na vida, não só do i-doser”, diz Taya.

? © Foto: Reprodução/Fotolia

Rádio Centro Cajazeiras via CNN Brasil

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